OPINIÃO: Aproximando as equipes de F1
Tem anos que a F1, gira em torno de aproximar as equipes do final do grid da disputa no campeonato e fornecer mais segurança para ao esporte.
Segurança é importante, ninguém quer passar pela situação horrível de assistir um acidente grave ao vivo, que infelizmente vem assombrar vez ou outra no esporte a motor.
Mas quanto mais itens de segurança, mais pesado ficam os carros e também diminuem a margem de disputa. Falo isso aqui unicamente olhando para situação dos carros antes e depois da era do abastecimento e halo.
Já naquela época as equipes tinham um problemas para se aproximar das equipes financiadas por grandes montadoras e da disputada alternada entre Ferrari e McLaren que existiu durante os anos 90 até 2008, com menções honrosas para a Benetton e Williams.
Em 2009, o ano em que acabou o reabastecimento, acabou também a alternância com celebração e dominância da Brawn GP, comprada depois pela Mercedes. Mas ainda tínhamos, McLaren e Ferrari dominante e a Red Bull despontando como uma nova dominadora até 2014 e com os anos de dominância total da Mercedes depois disso.
A FIA tem mudado as regras nos últimos 13 anos, mas sem muito efeito, DRS, ERS, carros com efeito solo e teto de gastos. Esse ano que tem as maiores mudanças, temos o campeonato sendo definido faltando 5/6 corridas em 2022, percebemos que não está tendo muito efeito. Cada mudança de regra só muda o dominante, que se posicionou melhor, quando a regra anterior ainda era válida.
Exceto na regra do teto de gastos. Eu nunca acreditei que essa seria a solução, ela é uma estratégia mais feia que o halo se os dois fossem comparáveis. A diferença é que o Halo funciona dentro da sua proposta.
Porque teto de gastos não funciona na F1
Quando se trata de tecnologia e desenvolvimento, limitar os gastos produz o efeito de limitar o desenvolvimento e também a tecnologia. Com o teto os carros de F1 dificilmente chegariam onde estão.
As evoluções e soluções de engenharia terão gastos e engenheiro procura tudo o que for possível para burlar limitações, incluindo-se peças caras. Mas a equipe de fim de grid, fica sem a mesma capacidade de gastos de uma Mercedes da vida. Sim, mas o teto de gastos só limita soluções caras da Mercedes, sem dar incentivos para soluções baratas da equipe menor. E essa equipe menor quando tiver uma boa solução, vai rapidamente ser copiada por uma equipe maior.
O incentivo para as equipes menores seria mais tempo no túnel de vento, que custa dinheiro que ela não tem disponível. Basicamente é dar uma recompensa com zero efeitos em mudar a realidade.
Outra questão é a faixa de punição para o teto estourado e também o tempo para a contabilidade acontecer. Cada equipe tem contas com cifras milionárias em que somar todos os gastos não é uma tarefa simples e em Outubro, vemos as notícias sobre o estouro do teto de 2021.
Burlando o teto
Vamos imaginar a seguinte situação, uma equipe rica a Pro Racing, escolheu interpretar diferente a regra do teto para garantir o carro do ano seguinte, ela sabe que a contabilidade virá só no outro ano.
Focar no desenvolvimento do carro para o outro ano e sabendo da sua posição atual é confortável, estoura o teto quem tem grana pra isso, garante a vitória ou posição boa no campeonato anterior e tem seu carro imbatível no ano seguinte.
Como resolver isso? Se a contabilidade vem após o segundo campeonato estar quase garantido? Desclassificando a equipe vencedora, por descumprimento das regras, porém o ruído com os fãs e para aqueles que acompanham de forma ocasional, como fica claro isso, sem parecer uma perseguição política ou manipulação para escolher quem vence ou não o campeonato?
Cada equipe vai ter uma realidade, mas a combinação para furar a regra sempre vai recompensar, se fizer direito. Para ser engenhoso a F1 é o melhor lugar e no financeiro é super fácil.
Mas qual a proposta para equipes menores serem competitivas?
Forçar a passagem de conhecimento entre as equipes. Achar que só dinheiro é o suficiente, é esquecer da vergonha que a Honda e a Toyota passaram dentro do esporte.
Como resolver a questão do desenvolvimento? Punindo a equipe que for campeã consecutiva por 2 anos, obrigando ela a abrir a tecnologia vencedora para todo o grid. Com a tecnologia aberta, fica fácil para os engenheiros encontrarem soluções ainda melhores e realmente bagunçar o jogo entre as equipes.
Outra forma seria dar uma compensação financeira para a equipes de final de grid ou que apresentam problemas de desempenho. Talvez levando os pilotos de alta experiência como consultor da equipe. Imagina o tipo de conhecimento que o Hamilton poderia passar dentro de uma Williams? Quer um spoiler, olha o que o Albon tem feito na equipe.
A F1 dar mais destaque para equipes menores, na sua transmissão, assim elas conseguem atrair mais patrocinadores e melhor o caixa. Essas são só algumas formas que vejo como a F1 pode resolver o problema de competitividade das equipes.