O relatório da FIA sobre o GP de Abu Dabhi em 2021
"Foi mal tava doidão"
Esse é o sentimento ao ler o relatório, primeiro que a FIA prometeu uma investigação sobre os acontecimentos no dia 15 de Dezembro, um dia antes de terminar o prazo de apelação da Mercedes.
Vamos detalhar um pouco e não vou ficar fazendo retrospectivas, mas é importante entender a regra do Safety Car e retardatários, que um diretor de corrida tem controle total sobre o Safety Car, mas existe procedimentos que ele deve seguir o que especificamente o 48.12 não foi.
O Safety Car precisa completar uma volta após todos os retardatários ultrapassarem e retornar para a fila atrás do Safety Car. O que não ocorreu, a regra também deixava um entendimento dúbio, foi aquela parte usada pela Red Bull dizendo qualquer carro que ganhou uma volta, poderia ultrapassar e não quer dizer que todos.
Apesar do regulamento dizer que o diretor de prova tem controle sobre o Safety Car o relatório reconhece os erros do diretor de prova em usar isso e não ter aplicado corretamente a tão citada regra 48.12.
O relatório reforça a ideia de que o objetivo é aprender lições, trazer melhorias após os acontecimentos e sem alteração do resultado. Principalmente porque a Mercedes, desistiu da apelação e com isso fica válido o resultado, de que o Verstappen é o campeão do mundo de Fórmula 1 em 2021.
O relatório organiza em quatro pontos principais suas descobertas. Sendo elas as seguintes:
- Diretor de corrida com múltiplas responsabilidades e papeis
- Comunicação por rádio entre o diretor de prova e times
- Procedimento para descontar volta no Safety Car
- Estrutura de gerenciamento de corrrida da FIA
Diretor de corrida com múltiplas responsabilidades e papeis
Esse talvez é o ponto mais interessante, imagina um funcionário sobrecarregado, daí ao invés de contratar mais alguém para ajudar, demitem ele e agora colocam em um novo time completo, basicamente foi isso que a FIA decidiu fazer.
O diretor de prova, precisava gerenciar a limpeza da pista, controlar a sinalização correta, ouvir o radio das equipes, controlar o Safety Car e garantir as posições dos pilotos na pista sendo pouco tempo para a tomada de decisões.
A recomendação feita é que essas funções sejam dividas em outras e com isso já vimos a criação do VRCR (sala de controle virtual da corrida), que vai ajudar a direção de prova em suas responsabilidades.
Comunicação por rádio entre o diretor de prova e times
Tomar decisões sabendo que o mundo está te ouvindo, não é simples, ainda mais quando essas decisões podem afetar um ganhador ou perdedor de algo tão importante quanto um GP, adicione ao detalhe alguém sobrecarregado de funções.
Por conta disso a comunicação exibida nas transmissões foram removidas e também a comunicação por rádio entre os times e direção de prova, precisam ser feitas de forma não invasiva.
Procedimento para descontar volta no Safety Car
As decisões de Abu Dabhi levaram em conta o acordo de times e da FIA que de uma corrida sempre deveria terminar em bandeira verde, porém após consultar os pilotos e times que ainda desejam que termine em bandeira verde, porém somente quando for seguro.
O procedimento para identificar os carros que tomaram volta era um processo manual e leva para o erro humano. Por conta disso agora é controlado por software para evitar o erro humano.
Outro ponto é que a regra agora fala sobre todos os carros ao invés de qualquer carro que tomou volta, deixando ainda mais clara a regra e que ela foi má interpretada.
Outro ponto que o relatório deixa claro nessa sessão é que no momento que a Mercedes desiste do recurso ela transforma o resultado da corrida como válido.
Estrutura de gerenciamento de corrrida da FIA
Aqui temos algo totalmente relacionado a FIA e que só quando surgem os problemas que ficamos sabendo.
O time da FIA em Genebra não estava dando o suporte necessário para os times na pista e que a complexidade dos regulamentos da F1, que envolvem regulamentos técnicos, regulamentos financeiros e diretivas técnicas, deixavam o trabalho complicado por conta da rotatividade de pessoas que foi alterada de 3 para 1 ano.
Essa mudança é diretamente ligada com a troca dos diretores de prova, de forma a não ficar o trabalho só em uma única pessoa e também o suporte de Herbie Blash que foi um braço direito do Charlie Whiting como um consultor principal.
Para quem quer ler detalhadamente o relatório, pode acompanhar aqui no link.
Vamos ver agora como será essa temporada que promete ser melhor e com menos problemas da direção de prova.